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Evento com Marina Silva na COP 27 debate transição justa

Além da ex-ministra, encontro teve a presença da governadora reeleita do Rio
Grande do Norte, Fátima Bezerra, e da prefeita reeleita de Palmas (TO), Cinthia
Ribeiro. Iniciativa Clima & Desenvolvimento lançou três cadernos
discutindo a transição para uma economia de baixo carbono e desenvolvimento inclusivo

Atores da África do Sul e do Brasil se reuniram na COP 27 no evento Mudando os Caminhos do Desenvolvimento. O debate teve a participação da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, da governadora reeleita do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, da prefeita reeleita de Palmas, Cinthia
Ribeiro, e do representante da Comissão Presidencial pela Transição Energética
Justa da África do Sul, entre outros.

Marina Silva destacou a necessidade de fortalecer o tripé democracia, combate às
desigualdades e desenvolvimento sustentável. “É preciso criar condições para que o
novo ciclo de prosperidade da transição energética não fique apenas concentrado
na mão de grandes empresas e passe apenas por cima da cabeça dos pobres sem
que eles possam melhorar em nada sua qualidade de vida.” Marina citou o exemplo
de um empreendimento de energia eólica que seria desenvolvido por uma empresa
no território de uma comunidade indígena no México, e que com a luta da
comunidade foi transformado em um empreendimento comunitário dos indígenas.
Fátima Bezerra, governadora reeleita do Rio Grande do Norte, enfatizou o
protagonismo do estado na transição para uma matriz energética totalmente
renovável. “Hoje o Rio Grande do Norte é o líder na produção de energia eólica do
Brasil, mas queremos começar a exportar para o mundo.” A governadora enfatizou
que essa transição tem que ser acompanhada de trabalho digno para o povo.
Cinthia Ribeiro, prefeita reeleita de Palmas, no Tocantins, afirmou que é necessário
renegociar o pacto federativo para que as capitais da região amazônica tenham
capacidade de implementar políticas públicas sustentáveis. “De nada adianta
discutirmos a questão climática se não discutirmos desenvolvimento social e
econômico. E as cidades da região amazônica abrigam 90% da população da
região”, completou.

Blessing Manale, da Comissão Presidencial para a Transição Justa da África do Sul,
contou da experiência de construção, com a consulta de comunidades, estudantes,
indústria e outros atores, de um arcabouço legal para o descomissionamento de
usinas a carvão no país. Ele enfatizou as dificuldades encontradas no processo para
dialogar com comunidades que falam diferentes idiomas e as tentativas de evitar o desalojamento de populações vulneráveis e a perda de emprego de trabalhadores
no processo de substituição das usinas a carvão.

Durante o evento, que também contou com a participação do Instituto Talanoa, da
COPPE-UFRJ e do CEBEDS, entre outros, a iniciativa Clima & Desenvolvimento
lançou os cadernos Transição Justa, Transição Energética e Precificação de
Emissões, estudos detalhados sobre o mercado de carbono e a transição para uma
matriz energética limpa e uma economia de baixo carbono socialmente justa. A
coletânea Clima & Desenvolvimento 2022 é resultado do trabalho, articulação e
escuta de diversos atores sociais, acadêmicos e econômicos que se reuniram ao
longo de 2022 para debater a descarbonização da economia brasileira até 2030.

A íntegra dos cadernos pode ser obtida no site do projeto.